O papel de grupos distintos de fibras musculares na regeneração tecidual após a lesão nas planárias!
Créditos da imagem: Scimone et.al., 2017.
Uma equipe de pesquisadores revelou um papel importante para diferentes subtipos de células musculares em orquestrar o processo de regeneração de tecidos. Em um artigo publicado em 22 de novembro na Nature, eles revelam que um subtipo de fibras musculares nas planárias é necessário para desencadear a atividade de genes que iniciam o programa de regeneração deste pequeno platelminto. Notavelmente, na ausência desses músculos, a regeneração não consegue prosseguir. Outro tipo de músculo, segundo eles, é necessário para dar ao tecido regenerado o padrão apropriado – por exemplo, formando uma cabeça ao invés de duas.
Nas planárias, existem tres tipos principais de grupos de fibras musculares, classificadas com relação à sua disposição: circulares, diagonais e longitudinais. Por exemplo, se você imagina os vermes como tubos cilíndricos simples, existem fibras musculares longitudinais, que correm de cabeça para cauda ao longo do eixo longitudinal dos tubos. Existem também fibras circulares, que são perpendiculares às fibras longitudinais e abraçam a circunferência externa dos tubos.
Para avaliar os papéis desses diferentes tipos de células musculares na regeneração, a os pesquisadores precisavam de um método para removê-los seletivamente. myoD é um gene encontrado especificamente nas fibras longitudinais; quando inibidos, essas fibras não conseguem se formar. Da mesma forma, nkx1-1 marca as fibras circulares, e quando sua função é reduzida, elas não se desenvolvem. Usando esses genes como “bisturis” moleculares, os pesquisadores foram capazes de testar os efeitos da deleção desses distintos grupos musculares na regeneração.