Porque as células se dividem sempre em uma orientação, mas não em outra?
Créditos da imagem: Magal et.al., 2017.
A divisão celular é um processo biológico fundamental que assegura que, após a replicação do genoma da célula mãe, os dois conjuntos de cromossomos sejam igualmente distribuídos entre duas células filhas. Os cromossomos são segregados pelo aparelho do fuso, que é composto de estruturas fibrosas de proteínas chamadas microtúbulos.
Durante a citocinese, um sinal do fuso central que se forma entre os cromossomos em anáfase, promove o acúmulo de componentes do anel de contratilidade no plano medial da célula, enquanto um sinal dos ásteres dos microtúbulos centrossomais inibe o acúmulo de componentes do anel contrátil nos pólos da célula. O aparelho do fuso está ancorado nos pólos opostos da célula e determina a posição do futuro local de clivagem no meio da célula, onde o anel de proteína contrátil é montado.
Porém, qual a identidade molecular provinda dos microtúbulos que faz com que as células se dividam em um plano, mas não em outro?
A segregação correta dos cromossomos requer um posicionamento preciso do sulco da clivagem no plano médio da célula. Para conseguir isso, o aparelho do fuso envia dois sinais. Um deles estimula ativamente a formação do anel contrátil no plano médio da célula enquanto um segundo sinal inibe a sua montagem nos pólos celulares. Sabe-se que o sinal inibitório é originário dos chamados microtúbulos astrais, que se projetam para os pólos celulares do aparelho do fuso.
Com a ajuda de um método recentemente desenvolvido e altamente sensível, foi demonstrado em Caenorhabditis elegans – um organismo modelo popular em biologia celular – que a enzima Aurora A é um componente central do sinal inibitório.
Aurora A, que também está presente em células humanas, é conhecida por desempenhar um papel crucial no controle da montagem do fuso e é ativada nos microtúbulos astrais. Com esse estudo, foi demonstrado que a enzima ativa difunde-se dos microtúbulos astrais para a membrana celular nos pólos celulares, onde suprime a formação de um anel contrátil.
Veja o trabalho completo no link em anexo: