Núcleos na periferia celular: entendo os mecanismos do correto posicionamento nuclear no músculo estriado.
Créditos da imagem: Roman et al., 2018.
Uma característica marcante das células musculares estriadas é a posição única de seus núcleos, localizados na periferia celular. Em múltiplas doenças musculares, envelhecimento, lesões esportivas ou distúrbios genéticos, esse posicionamento nuclear não ocorre. Consequentemente, os pacientes experimentam uma perda gradual da função muscular que leva a uma perda de autonomia.
Usando uma combinação de biologia molecular e experimentos de imagem, os pesquisadores observaram que as células que rodeiam a fibra muscular, os miofibroblastos, depositam localmente a fibronectina, um componente da matriz extracelular. Foi observado um acúmulo local de fibronectina na vizinhança das células musculares, em áreas onde os miofibroblastos estavam em contato com o músculo. Interessantemente, esse acúmulo foi acompanhado pelo movimento do núcleo para a periferia da célula muscular. Sabe-se que os miofibroblastos produzem fibronectina durante a regeneração muscular. Com esse trabalho, publicado recentemente na Development Cell, que a fibronectina produzida pelos miofibroblastos pode ativar o movimento do núcleo para a posição periférica correta”, acrescenta William Roman, o outro co-autor do estudo.
Com este trabalho, os pesquisadores agora propõem um mecanismo pelo qual as células podem sentir a arquitetura do tecido e regular o posicionamento nuclear de acordo com um acúmulo local de fibronectina. Isto é de grande importância para entender a diferenciação muscular, funcionalidade e regeneração e pode contribuir para futuras estratégias terapêuticas para tratar doenças musculares onde o posicionamento do núcleo ocorre de forma errônea.
Keywords: #cellbiology; #musculoestriado; developmentcell.