O citoesqueleto e a atividade imunológica: novos insights sobre a importância da actina na resposta imune.

IMAGEM (10)

Créditos da imagem: Pfaifer et al, 2018.

Para se mover, um corpo precisa de uma estrutura forte e íntegra. Isso não é verdade apenas em um nível macroscópico, onde os verterados confiam em esqueletos para sustentar músculos e gerar movimento. Também é verdade a nível celular: o citoesqueleto é crucial para todo movimento ativo de uma célula. Ao reorganizar esses filamentos, as células podem esticar-se e vagar em todas as direções, espremer-se nas menores aberturas ou envolver-se em torno de um objeto. Esses processos são particularmente importantes para as células do sistema imunológico, que são as células mais móveis do corpo humano, para lutar contra agentes infecciosos. Defeitos do citoesqueleto podem, assim, ter efeitos prejudiciais na resposta imune.
Pesquisadores descobriram que um defeito genético raro, caracterizado por um mau funcionamento do sistema imunológico, afeta a capacidade dos linfócitos de reorganizar seu citoesqueleto de actina.
O defeito genético foi encontrado em seis pacientes que apresentaram infecções graves no pulmão, pele e mucosa oral. Análises de seus genomas revelaram mutações em um gene para uma proteína chamada WDR1, um fator importante para a polimerização dos filamentos de actina e, portanto, para o remodelamento dinâmico do citoesqueleto. Foi recentemente demonstrado que a imunidade inata é afetada por mutações em WDR1 – o impacto sobre as células da imunidade adaptativa, no entanto, era até então desconhecido. Através de uma série de análises extensas, os pesquisadores descobriram que a deficiência de WDR1 leva à ativação aberrante de células T e afeta o desenvolvimento de células B. Foi demonstrado que os linfócitos T, embora parecessem se desenvolver normalmente nos pacientes, eles acumularam estruturas de actina atípicas. No entanto, ainda mais graves foram as anormalidades observadas nos linfócitos B.
Apenas poucas células B foram encontradas no sangue circulante, e seus progenitores na medula óssea também eram raros. As poucas células B que foram encontradas no sangue apresentavam toda uma gama de anormalidades, incluindo redução da diversidade clonal, disseminação anormal e aumento da apoptose quando seus receptores eram ativados.
Desta forma, uma alteração na polimerização e despolimerização do citoesqueleto se mostra crucial para o correto funcionamento do sistema imune.

Veja todo o trabalho no paper anexado:

Mutations affecting the actin regulator WD repeat-containing protein 1 lead to aberrant lymphoid immunity

Keywords: #citoskeleton; #cellbiology; #actin; #immunesystem; #WDR1muttation

Top of Page