Tensão cortical e sua influência na divisão celular.
Créditos da imagem: Nishimura et al, 2019.
As células, através da mitose, se dividem para produzir novos tecidos ou reparar lesões nos tecidos existentes, mas quando a divisão celular dá errado, diversas consequências podem surgir. Para evitar os danos de uma divisão celular mal ocorrida, , as células empregam um conjunto de mecanismos para garantir que elas se dividam uniformemente. Agora, os cientistas identificaram um mecanismo anteriormente desconhecido pelo qual as células realizam esse feito impressionante.
Normalmente, o material genético dentro de uma célula se agrupa em filamentos soltos e longos. Durante a divisão celular, esses fios se enrolam em cromossomos fortemente ligados e se alinham no equador da célula. Para dar lugar a essa formação, a célula compacta se transforma em uma esfera perfeita. Os cientistas há muito sabem que, se uma célula não pode se arredondar neste estágio, ela não pode se dividir. A nova pesquisa, publicada na revista Nature Communications, apresenta uma nova ideia: se uma célula se arredonda com muita força (tensão cortical alta dos filamentos de actina), a divisão torna-se igualmente impossível.
Entretanto, como a tensão cortical é mantida e seu significado fisiológico permanecem desconhecidos. Neste trabalho, foi demonstrado que a fosforilação mediada pela ciclina Cdk1 de DIAPH1, uma proteína membro da família das forminas nucleadores de actina, é responsável pela tensão cortical após o arredondamento e inativa o ponto de verificação do cinetocoro. A Cdk1 fosforila a DIAPH1, impedindo que a ligação da profilin1 mantenha a tensão cortical.
Mutações em sítios de fosforilação da DIAPH1 promove o acúmulo de F-actina cortical, aumenta a tensão cortical e retarda o início da anáfase devido à ativação do SAC (Spindle Activation Checkpoint). Isso sugere que o relaxamento do córtex mediado pelo Cdk1 é indispensável para o alongamento do cinetocoro. Com isso, os pesquisadores demonstraram um mecanismo previamente desconhecido pelo qual o Cdk1 coordena a manutenção da tensão cortical e a inativação do SAC no início da anáfase.
Veja o trabalho na íntegra: