Lamarck e a herança dos caracteres adquiridos vem ganhando força: Alterações epigenéticas nos espermatozoides podem ser transmitidas para a prole.
Créditos da imagem: Kaneshiro et al, 2019.
À medida que um organismo se desenvolve e responde ao ambiente, os genes em suas células estão constantemente se ligando e desligando, com diferentes padrões de expressão gênica em diferentes células. Mas as mudanças na expressão gênica podem ser transferidas dos pais para os filhos e gerações subsequentes? Embora as evidências indiretas para esse fenômeno, chamada “herança epigenética transgeracional”, estejam crescendo, ainda se trata de um evento controverso
A herança epigenética paterna está ganhando atenção por sua crescente relevância médica. No entanto, a forma como a informação epigenética paterna é transmitida a prole e como tais informações podem modificar seu desenvolvimento, permanecem pouco compreendidas. Neste trabalho, pesquisadores mostraram que em C. elegans, estados de enovelamento da cromatina, herdados por espermatozoides transmitidos para as células germinativas primordiais na prole, influenciam a transcrição e o desenvolvimento da linhagem germinativa. Foi mostrado também que os cromossomos espermáticos herdados sem a modificação da histona repressiva H3K27me3 são mantidos nesse estado pelo antagonismo de H3K36me3. A herança dos cromossomos sem a H3K27me3 resulta em repressão na linhagem germinativa de genes somáticos, especialmente genes neuronais, predominantemente de alelos herdados de espermatozoides. Isso resulta em células germinativas preparadas para perder sua identidade de célula germinativa e adotar um destino neuronal. Estes dados demonstram que as modificações das histonas são um mecanismo através do qual a informação epigenética de um pai pode moldar expressão gênica e o desenvolvimento da prole.
Para mais informações, veja o trabalho anexado integralmente: