Exossomas e câncer: evidências recentes mostram um novo mecanismo de como as células tumorais escapam do sistema imunológico!
Créditos da imagem: Poggio et al, 2019.
Os receptores PD-L1 na superfície das células tumorais se ligam ao seu receptor PD-1 nas células T efetoras, suprimindo assim sua atividade. Este é um mecanismo já sabido de como os tumores escapam do sistema imune, crescem e proliferam.
O bloqueio mediado por anticorpos anti-PD-L1 pode ativar uma resposta imune anti-tumoral, levando a remissões duráveis em um subgrupo de pacientes com câncer.
Neste trabalho publicado recentemente no periódico Cell, pesquisadores descrevem um mecanismo alternativo da atividade de PD-L1, envolvendo sua secreção em exossomos derivados de tumores, microvesículas que podem atuar em todo o corpo, longe do tumor de onde se originaram. A remoção de PD-L1 destas vesículas exossómicas inibe o crescimento do tumor, mesmo em modelos resistentes a anticorpos anti-PD-L1. Além disso, foi demonstrado que a PD-L1 exossômica originada do tumor, suprime a ativação das células T também nos linfonodos drenante. Interessantemente, a PD-L1 exosomal, quando introduzida sistemicamente, resgata o crescimento de tumores incapazes de secretar suas microvesículas.
O tratamento de camundongos com células tumorais deficientes em PD-L1 exossomica suprime o crescimento de células tumorais do tipo selvagem injetadas em um local distante no corpo do animal, simultaneamente ou meses depois do tratamento. Além disso, o tratamento simultâneo destes animais com anticorpos anti-PD-L1 apresentou um efeito sinérgico, não redundante, com o bloqueio exossomal de PD-L1 para suprimir o crescimento do tumor. Juntos, esses achados mostram que a PD-L1 exossômica representa um alvo terapêutico inexplorado, o que poderia adicionar novos benefícios às abordagens atuais no uso de anticorpos para o tratamento do câncer.
Veja o trabalho na íntegra:
Suppression of Exosomal PD-L1 Induces Systemic Anti-tumor Immunity and Memory