Células ROC: novo tipo celular identificado está envolvido na regeneração de Xenopus.
Créditos da imagem: Aztekin et al, 2019.
Há muito se sabe que alguns animais podem regenerar porções de seus corpos após a amputação – Aristóteles observou isso no século IV a.C. – mas os mecanismos que suportam esse potencial regenerativo permanecem pouco compreendidos.
Usando a “genômica unicelular”, cientistas do Wellcome Trust / Instituto de Pesquisa do Câncer do Reino Unido, Gurdon Institute, da Universidade de Cambridge, desenvolveram uma engenhosa estratégia para descobrir o que acontece em diferentes células de girinos durante o processo de regeneração da cauda.
Ao contrário dos mamíferos, os girinos de Xenopus laevis têm um alto potencial regenerativo. Para caracterizar esta resposta regenerativa, foi realizado sequenciamento de RNA em células individuais após a amputação da cauda. Através deste processo, foi identificado um tipo de célula não reconhecido anteriormente, que foi denominada “célula organizadora de regeneração” (ROC – regeneration-organizing cell). ROCs estão presentes na epiderme durante o desenvolvimento da cauda e, especificamente, se relocalizam para o plano de amputação durante a regeneração em girinos competentes, formando a epiderme da ferida. Ablação genética ou remoção manual destas ROCs bloqueia a regeneração, enquanto que o transplante de enxertos contendo ROCs induz crescimentos ectópicos em embriões precoces.
O perfil transcricional revelou que as ROCs secretam ligantes associados a vias regenerativas chave, sinalizando aos progenitores para reconstituir o tecido perdido. Estas descobertas revelam o mecanismo celular através do qual as ROCs formam a epiderme no local da ferida e garantem, assim, a regeneração bem-sucedida.
Veja os detalhes deste trabalho no paper anexado:
Identification of a regeneration-organizing cell in the Xenopus tail