O Talento Oculto das Células-Tronco do Folículo Piloso: Um Papel Essencial na Saúde dos Tecidos

 

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Legenda: a. Seções sagitais de pele de tipo selvagem (WT) ao longo do ciclo capilar catágeno (Cat) – telógeno (Telo). CD45 marca células imunes dérmicas (setas brancas); TUNEL identifica danos ao DNA em cadáveres apoptóticos (setas brancas); P-caderina (Pcad) demarca a bainha externa da raiz do folículo piloso (ORS); DAPI marca o DNA. As linhas pontilhadas indicam a fronteira dermo-epitelial; o asterisco denota desintegração nuclear positiva para TUNEL nas linhagens da haste capilar como parte da diferenciação; barra de escala de 10 μm. As imagens são representativas de 25-30 folículos em 3 camundongos por estágio.
b. No topo, um esquema delineando o momento dos marcadores apoptóticos. Caspase 3 clivada (cCasp3) marca células apoptóticas iniciais e cadáveres apoptóticos tardios, enquanto TUNEL marca cadáveres apoptóticos tardios, tanto não engolfados quanto engolfados. No canto inferior esquerdo, seções sagitais de pele WT mostram cadáveres apoptóticos engolfados (cCasp3+TUNEL+) envoltos por células catágenas da parte superior da ORS (uORS) (membrana celular delineada por P-caderina). As regiões em caixas são ampliadas/inseridas à direita. Linhas pontilhadas indicam a fronteira dermo-epitelial; barra de escala de 10 μm. No canto inferior direito, quantificação de células morrendo não engolfadas (topo) e a razão de células fagocíticas para células apoptóticas (parte inferior) por folículo capilar (HF) ao longo do ciclo capilar.

Creditos da imagem: Stewart et al, 2024

 

No complexo mundo da regeneração tecidual, as células-tronco do folículo piloso (HFSCs) revelam uma função inesperada, mas crucial: a capacidade de eliminar células moribundas, um processo conhecido como eferocitose. Embora as células do sistema imunológico sejam tipicamente responsáveis por limpar os detritos celulares, as HFSCs, localizadas na base do folículo piloso, assumem esse papel durante o ciclo de crescimento do cabelo para garantir que o tecido permaneça saudável.
À medida que o cabelo cresce e se regenera, a parte inferior do folículo passa por uma onda de morte celular. Fagócitos profissionais, como as células imunológicas, normalmente lidam com essa limpeza, mas nos folículos capilares, fagócitos não profissionais, como as HFSCs, assumem essa tarefa, especialmente à medida que o folículo passa da fase de crescimento (anágena) para a fase de regressão (catágena). Essa fase catágena é marcada por apoptose, um tipo de morte celular programada, onde as HFSCs engolfam de forma eficiente as células vizinhas que estão morrendo. Essa atividade é essencial para evitar inflamação e degeneração tecidual, que podem resultar de células necróticas não fagocitadas.
Curiosamente, esse papel fagocítico é rigorosamente regulado e transitório, sendo ativado apenas durante fases específicas do ciclo capilar. O estudo mostra que as HFSCs são altamente eficientes, frequentemente engolfando múltiplas células apoptóticas, o que garante que apenas células-tronco saudáveis permaneçam para alimentar o crescimento futuro do cabelo. Este processo é regulado pelo receptor nuclear RXRα, que controla a expressão de genes envolvidos no reconhecimento e fagocitose de células apoptóticas.
O receptor RXRα, quando ativado, leva as HFSCs a ativarem seu programa fagocítico, permitindo que eliminem os resíduos apoptóticos de forma eficaz. Este receptor funciona em conjunto com o receptor RARγ, que responde aos sinais das células moribundas. Esses sinais incluem moléculas como lisofosfatidilcolina (LPC) e ácido araquidônico, que são liberadas pelas células apoptóticas e desencadeiam nas HFSCs o início da fagocitose.

Essa pesquisa revela um mecanismo inovador no qual as HFSCs não apenas contribuem para a regeneração capilar, mas também desempenham um papel crucial na manutenção da saúde dos tecidos ao limpar os detritos celulares. Essa descoberta tem implicações significativas para o entendimento da aptidão tecidual e pode informar estratégias terapêuticas para doenças inflamatórias e degenerativas.

Stem cells tightly regulate dead cell clearance to maintain tissue fitness

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