Avanços na Edição Gênica do Locus NCF1: Promessas e Desafios doe Uso de CRISPR para o Tratamento de Doencas Geneticas

 

Imagem1

Legenda:  A: Um esquema mostra as posições relativas do gene NCF1 e seus pseudogenes, destacando as regiões potencialmente afetadas por deleções cromossômicas (indicadas por linhas pontilhadas) resultantes do tratamento com CRISPR-Cas. As regiões incluem CALN1, a montante de NCF1B, EIF4H entre NCF1B e NCF1, WBSCR16 entre NCF1 e NCF1C, e HIP1 a jusante de NCF1C, juntamente com os genes alvo para qPCR (indicados por setas). B: Números relativos de cópias foram detectados por qPCR em linhagens monoclonais. Os pontos com cores indicam os tipos de deleções identificados em clones únicos: cinza para clones sem deleções, azul claro para deleções entre NCF1B ,roxo para deleções entre NCF1 e azul para deleções entre NCF1B. O gráfico em formato de donut mostra a proporção de clones com deleções ocorrendo entre os loci de NCF1.
Creditos da imagem: Raimondi et al, 2024

 

No campo da medicina genética, cientistas estão explorando novas possibilidades de correção de doenças relacionadas a pseudogenes, como a doença granulomatosa crônica (DGC), que afeta a imunidade inata dos fagócitos. Essa condição genética, causada principalmente por mutações no gene NCF1, leva à deficiência funcional da proteína p47phox, essencial para a produção de espécies reativas de oxigênio, fundamentais no combate a infecções.
Recentemente, estudos com tecnologia CRISPR-Cas9 focaram na edição genética de NCF1 e de seus pseudogenes associados, NCF1B e NCF1C, em células humanas e células-tronco hematopoiéticas de pacientes. O objetivo é corrigir mutações específicas e restaurar a capacidade imunológica desses pacientes. No entanto, embora promissores, os resultados revelam um desafio importante: a alta similaridade entre o gene NCF1 e seus pseudogenes gera uma predisposição para rearranjos cromossômicos indesejados, levando a deleções e duplicações no genoma que podem comprometer a segurança da terapia.
A equipe de pesquisadores aplicou diferentes abordagens de edição genética para minimizar esses efeitos colaterais, como o uso de ribonucleoproteínas de Cas9 e o emprego de templates de correção específicos. Além disso, exploraram alternativas como o uso de Cas9 inativo para evitar múltiplas quebras simultâneas nas regiões de NCF1, que, ao competir pelos mesmos alvos, reduziria a incidência de eventos de recombinação. Mesmo com essas estratégias, as taxas de rearranjos cromossômicos se mostraram desafiadoras, o que sugere que uma combinação de técnicas ou a implementação de métodos de edição mais precisos, como a edição por prime editing, pode ser necessária para o uso clínico seguro.
Este estudo traz insights valiosos para o desenvolvimento de terapias gênicas personalizadas. Ele destaca a necessidade de uma avaliação cuidadosa do contexto genômico específico antes de qualquer intervenção genética, considerando os riscos de instabilidade genômica que ainda desafiam a prática clínica. À medida que a tecnologia avança, espera-se que futuras abordagens permitam uma correção mais eficiente e segura do gene NCF1 e de outras regiões de alta homologia, pavimentando o caminho para tratamentos inovadores para pacientes com DGC e outras doenças genéticas raras.

Gene editing of NCF1 loci is associated with homologous recombination and chromosomal rearrangements

Gene editing of NCF1 loci is associated with homologous recombination and chromosomal rearrangements

 

 

Top of Page